Quando iniciamos os estudos de um instrumento musical, logo nos deparamos com uma primeira dificuldade: qual instrumento eu devo comprar? Instrumentos musicais são investimentos razoáveis e, além de pesar no bolso, pode dar muita dor de cabeça se optarmos por um instrumento que não atende ao que precisamos naquele momento.
É ainda mais complicado quando estamos começando a estudar, afinal temos pouquíssima informação sobre o assunto. Mas é para isso que escrevo este artigo. Aqui vou explicar os tipos de teclados musicais disponíveis, para que servem e a quem se destinam.
Um instrumento de má qualidade, muito desgastado, ou que não atenda às nossas demandas de estudo pode prejudicar o nosso desempenho (e empenho!). Isso pode causar desestímulo e até mesmo levar à desistência dos estudos.
Por outro lado, um instrumento muito caro ou que possua recursos que não vamos utilizar, pode afetar o bolso sem necessidade.
Tipos de Teclado
Em um primeiro momento, teclado é qualquer instrumento que possua teclas. Mas claro, já podemos começar deixando de lado instrumentos como o piano, o órgão e o acordeon (ou sanfona), uma vez que estes já possuem a sua própria denominação.
Quando falamos de teclado, na verdade falamos de instrumentos de teclas eletrônicos. Estes possuem tipos específicos: arranjadores, sintetizadores, pianos digitais, controladores, entre outros. Não existe um tipo melhor do que outro, mas sim cada um desses tipos de teclado atende a demandas e possui recursos específicos. Vamos conhecê-los?
1. Teclados Arranjadores
Arranjadores são provavelmente os teclados mais conhecidos e populares entre quem está iniciando no caminho das teclas. A característica deles é possuir um banco de sons próprio, ou seja, um conjunto de timbres para você tocar, divididos em categorias: sons de piano, órgão, sanfona, cordas, violão, guitarra, marimba, eletrônicos, percussão, bateria… enfim, até alguns sons de pássaros, telefone, natureza às vezes são encontrados!
Junto a isso, os arranjadores possuem ritmos internos. Ou seja, estilos de acompanhamento prontos, que executam desde a bateria até linhas de baixo, guitarra, etc. Fazem introduções, viradas e finais automaticamente. Tudo isso é dividido em categorias: pop, rock, blues, shuffle, latinos, brasileiros e por aí vai. Para executar isso tudo, normalmente o tecladista executa as melodias com a mão direita e faz os acordes com a esquerda. O resto do arranjo fica por conta do teclado, vindo daí o seu nome de arranjador.
Uma outra característica importante dos arranjadores é que eles possuem alto-falantes embutidos, ou seja, não necessitam de um amplificador ou caixas de som para emitirem o som: é ligar e tocar.
Por conta de tudo isso, o arranjador é muito popular e normalmente uma ótima opção de teclado para iniciante, uma vez que são mais acessíveis e podem abrir portas para quem quiser se desenvolver para os outros modelos. Porém, existem sim modelos de arranjadores bastante robustos, com uma paleta de timbres e ritmos bastante completa e uma enorme quantidade de recursos.
2. Sintetizadores
Muitas vezes chamados de “profissionais”, os teclados sintetizadores são dedicados à criação, manipulação e manutenção de timbres. Com isso, eles acabam sendo os modelos mais utilizados pelos profissionais, seja nos palcos ou nas gravações.
Abrindo mão de ritmos internos, o foco dos “synths” está em ter uma paleta de timbres de altíssima qualidade, sejam eles sons de piano, órgão, cordas, ou sons “sintéticos”, eletrônicos. Com um sintetizador, é possível criar o seu próprio som, assim como manipular, programando ou enquanto toca, qualquer som que já venha com ele.
Por não possuírem ritmos ou arranjos internos, é o teclado ideal para quem deseja tocar em banda ou fazer gravações em estúdio, seja ele profissional ou caseiro. Além disso, raramente um sintetizador possui alto-falante próprio, necessitando ser ligado em um amplificador, mesa de som ou computador para captar o seu som.
Existem inúmeras tecnologias de síntese sonora desenvolvidas ao longo da história, sendo alguns teclados especializados em alguns sons apenas, enquanto outros possuem paletas mais amplas. Isso explica por que tantos tecladistas utilizam mais de um teclado ao mesmo tempo no palco. Enfim, os sintetizadores são um universo próprio para ser explorado!
3. Pianos Digitais
Como o próprio nome já diz, os pianos digitais são focados em um timbre específico: o piano. Mais do que apenas o som, um piano digital busca trazer digitalmente a experiência completa do piano, como a quantidade de teclas (poucos pianos digitais possuem menos de 88 teclas, que é o padrão dos pianos acústicos), assim como teclas mais pesadas que “simulam” a mecânica dos martelos de um piano de verdade.
Com esse objetivo específico, a qualidade do som de piano e a qualidade das teclas é o que vai diferenciar um modelo de outro, assim como alguns adicionais, como outros timbres (bem menos variedades do que um arranjador ou sintetizador) e um móvel/estante visualmente interessante e às vezes até simulando um piano de verdade.
A grande maioria dos pianos digitais possui alto-falante interno, ou seja, basta ligá-los que já conseguimos obter o som. Mas como os graves do piano costumam ser exigentes, para extrair o melhor som de um piano digital é comum preferir ligá-lo em um amplificador ou caixa de som que possua mais graves.
4. Controladores
Aqui a coisa começa a ficar um pouco mais técnica: controladores são teclados muito parecidos visualmente com os tipos mencionados anteriormente: existem modelos diversos com a mais variada quantidade de teclas e botões. Porém, com uma diferença crucial: os controladores não possuem nenhum som!
Os teclados controladores são basicamente um conjunto de teclas e botões criados para serem ligados em algum outro equipamento que, este sim, irá gerar o som. Pode-se ligar um controlador no computador ou notebook (bastante utilizado hoje em dia), ou mesmo em um tablet ou celular. Antigamente, ligava-se controladores a módulos de som, ou até mesmo em outros teclados.
De fato, os controladores são mais baratos, e alguns modelos possuem teclas e uma quantidade de botões excelentes! Mas pelo fato de obrigatoriamente necessitarem de um outro equipamento para gerar o som, é bem mais complexo para se chegar no som mais básico que seja, além do transporte (caso esse seja o seu caso) ser muito mais incômodo.
Agora é com você!
No final das contas, para quem está começando, o recomendado é um bom teclado arranjador. Com ele, é possível experimentar um pouco de tudo: tocar sozinho com ritmos, tocar um banda com os diferentes timbres, tocar as primeiras músicas de piano solo. São fáceis de ligar, pois não precisam de amplificador, e o custo comumente é menor.
Caso você tenha certeza de que deseja tocar em banda, um sintetizador com uma grande variedade de timbres seria o mais certeiro. O mesmo vale para um piano digital caso você tenha certeza de que deseja seguir o caminho do piano clássico ou criar os seus próprios arranjos de piano solo.
A indústria e o mercado em geral possuem uma variedade gigantesca de marcas e modelos de todos esses tipos de teclado.